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Protagonismo e empreendedorismo: Podemos aprender com a Anitta? Part ll

Continuamos com a historia da cantora Anitta! Se chegou nesta pagina primeiro indicamos que leia a parte 1 clicando aqui.

  1. Persistência e Protagonismo

Em seu primeiro, álbum a cantora contava com uma equipe de profissionais para fazer gestão de sua carreira, e assim atuava somente como artista. No entanto, ela ainda se via insatisfeita e triste com o rumo que as coisas estavam tomando, não concordava com o modelo do negócio, com as estratégias de posicionamento e principalmente com as consequências disso tudo: muitos esforços com pouca qualidade.

Então a carioca resolveu tomar as rédeas da sua própria carreira, conversou bastante com outros empresários e profissionais da área e tomou sua decisão: chamou seu irmão, que estava insatisfeito com a faculdade, para ajudá-la num novo desafio, e então, com apenas 21 anos, ela abriu sua empresa e começou a fazer a gestão da sua carreira musical.

Enquanto realizava sua agenda oficial, a Anitta estudava em seus tempos livres.

“Enquanto estava abrindo a minha empresa eu fui aprendendo tributação, contabilidade… Eu já tinha tido aulas superficiais sobre tudo isso, mas a fundo era muito mais complicado, eu era muito boa na parte do direito dos contratos e tal, porque eu adoro essa parte, eu mandava muito bem, mas na parte das contas eu era horrível, detestava, mas eu contratava muita gente. Muita gente se aproveitava porque via meu nome e cobrava trinta vezes mais, hoje em dia, graças Deus, eu já sei o que custa cada coisa…”

Além de se entregar totalmente ao desafio de seguir seu sonho e ser dona do próprio negócio, a carioca com pouca experiência e conhecimento contou com ingredientes que não são tão mencionados como cruciais para o sucesso: empenho, perseverança e improviso.

Em busca de criar algo novo e diferente do que tinha tentado antes com a empresa que fazia gestão da sua carreira, a cantora começou a dar oportunidade para as pessoas de outras áreas ou com bastante tempo fora do mercado, criando o seu próprio método de trabalho e cuidando de todos os processos. O objetivo ali era criar uma equipe que pudesse entender a necessidade da cantora e do seu público e criar uma forma de gestão com a identidade “Anitta”.

E mesmo com toda sua força de vontade, as adversidades continuaram a surgir, com vários desafios para resolver, como: gestão de equipe, shows, público e agenda.

A cantora destacou que, além disso, outra dificuldade que a consumia era o de dar “broncas”, principalmente em pessoas mais velhas ou com experiência de mercado (na época a empresária tinha apenas 22 dois anos), mas se via sem alternativas diante algumas situações e teve que se posicionar para gerir, elogiando e acompanhando o desenvolvimento de sua equipe.

Para garantir uma gestão mais efetiva e se preparar para conflitos internos e externos, a cantora mais uma vez buscou formação, dessa vez para gestão de pessoas.

  1. Planejamento e estratégia

Com muita dedicação Anitta começou a colher os frutos do seu trabalho com reconhecimento nacional, um resultado que a cantora confessou que só imaginaria ter com mais de trinta anos. Sempre aberta a novas possibilidades e a novos desafios, Anitta começa a trilhar o planejamento para sua carreira internacional.

A cantora embarcou para Barcelona para encontrar empresários que pudessem ajudá-la a se lançar na Europa, mas ela notou que eles só elencaram ritmos e artistas regionais, enquanto ela queria uma visão mais ampla, o que fez com que Anitta deixasse as salas de reunião para uma pesquisa mais setorial.

Durante a entrevista para o MIT a cantora explicou que foi para bares e casas de shows, e que inclusive conversava com pessoas na rua. Um momento de muitas conversas, anotações e reflexões. Na viagem, Anitta se deparou com o Reggaton, um ritmo latino extremamente consumido na América Central e na Espanha (ritmo que junto com o funk abriu as portas da carreira internacional).

Ao final dessa viagem a cantora concluiu que os três grandes mercados digitais são de língua inglesa, língua espanhola e língua portuguesa. Já que seria muito difícil entrar no mercado de língua inglesa, Anitta montou um plano para se lançar no mercado espanhol e, se sua estratégia desse certo, ela contaria com esses dois públicos, teria mais números e sua inserção no mercado inglês se tornaria mais real.

Anitta foi para o plano tático e criou sua estratégia para chamar a atenção do público internacional, programando sua aparição nos mercados de interesse pelo menos três vezes:

1 – Lançou uma música em espanhol com J Balvin e pediu que o cantor latino subisse o clip no seu canal do Youtube (com milhares de seguidores e visualizações);

2 – Cantou na abertura das Olimpíadas do Rio, um evento mundial, convidada por Caetano Veloso e Gilberto Gil;

3 – Um mês antes da abertura das Olimpíadas, lançou mais uma música em espanhol.

Tudo isso para que ela se posicionasse e fosse lembrada de alguma forma pelo público internacional.

A partir daí, a cantora começa a criar novos planos para entrar no mercado de música inglesa, dividindo sua agenda de shows no Brasil com reuniões e mais estudos sobre os costumes e as músicas americanas.

Anitta encontrou alguns empresários para entender como seria a melhor forma desse novo desafio se tornar realidade, porém mais uma vez os empresários não entenderam as expectativas da cantora e o objetivo que ela tinha em mente, que era de atuar em 3 mercados ao mesmo tempo.

Com esse impasse, ficou clara a falta de interesse dos empresários em trabalhar com a cantora, e mais uma vez ela colocou seu protagonismo em ação e começou a trilhar suas estratégias para atuar como artista internacional, ação que se concretizou com o lançamento da música Paradinha. Com lançamento internacional, o single alcançou a melhor estreia no Spotify Brasil com quase meio milhão de acessos, e também atingiu a 182º posição entre as músicas mais tocadas no mundo, sendo a melhor colocação de um artista brasileiro no ranking mundial do Spotify.

Ao fim da entrevista, concluímos que a história da artista é surpreendente. A forma com que a cantora se posicionou diante das adversidades, mostrando interesse e buscando apoio para solucionar todos os impasses durante sua jornada, é uma grande lição de persistência para todos os empreendedores.

Por fim, a mensagem foi clara: acreditar sempre em nossos sonhos, aproveitar as oportunidades que a vida nos oferece e, acima de tudo, acreditar em si próprio.

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