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10 anos atrás o iPhone mudou o mundo

10 anos atrás o iPhone mudou o mundo

“De vez em quando chega um produto revolucionário que muda tudo”. Steve Jobs tinha razão. Assim apresentava o iPhone: “Um iPod. Um telefone. E um comunicador internet.”, juntando três conceitos com uma das regras básicas da criatividade. Em junho de dez anos atrás o iPhone começou a ser vendido: mudou a telefonia, e a inteira economia mudou. Sem iPhone não teríamos Waze; sem Waze não existiria Uber. Uma onda de inovação nos levou onde não poderíamos imaginar.

A inovação é um jogo difícil, e precisa de condições para se desenvolver: educação, disponibilidade de capitais, mercados abertos e competitivos, redes de competências…
O Estado tem uma responsabilidade grande em criar essas premissas e, o Brasil, como muitos outros países, deixa a desejar nisso. Um exemplo só: os impostos de importação sobre os produtos eletrônicos. Um iPhone 7 custa nos EUA 2.100 R$, aqui 3.500. Esse maior custo significa difusão menor, criação de massa crítica mais lenta, oportunidade de mercado que se desenvolvem mais devagar. E a distancia com os lideres cresce. Para os micro-empreendedores se acrescentam outras barreiras: muitas vezes não tem as competências não só para atuar na nova realidade, mas até para enxergar o que vai chegar daqui a pouco.

Mas não dependemos completamente das circumstâncias. Enquanto destrói, a inovação cria novas oportunidades, e o mesmo Steve Jobs nós mostrou como desfrutá-la.
Ele, Drucker (o pai da ciência da gestão de empresas) e Hewlett e Packard – com os “dez mandamentos da garagem” – sempre insistiram em dois fatores: foco no cliente, com criatividade.

Se você quer sucesso, não pense no sucesso mas pense em como ser útil

Foco no cliente: desde a redefinição quase total do iPhone poucos meses antes do lançamento, ao cuidado maníaco das caixas dos produtos, até a comunicação. O iPod não era “um leitor de MP3 com 5 GB de memória”, era “mil canções no seu bolso”.
E criatividade. O “campo de distorção da realidade” que Jobs criava virou mito. Convencia os seus engenheiros que era possível o que eles – os maiores especialistas do setor – achavam impossível. E assim conseguiam. Não era manipulação, era a consciência do poder criativo que todos nós temos, e um desafio para as mentes que se fechavam antes de explorar todas as possibilidades.
Foco no cliente e criatividade: nessa encruzilhada há inovação, para empresas de qualquer tamanho.

O jogo ainda não acabou

Dez anos atrás não imaginaríamos o tamanho da mudança que aquele pequeno objeto trouxe nas nossas vidas. Agora parece impossível viver sem ele.
Mas a inovação não tem fim. Já se enxergam sinais da próxima era: ao invés de termos mil apps baixadas no telefone, iremos nos comunicar com os vários serviços só nos bate-papo, como já fazem os chineses em WeChat. Ou iremos deixar o telefone de lado e interagiremos com o mundo digital falando com assistentes invisíveis – embora presentes – como o “Amazon Echo”.
Novos cenários, novas mudanças, novas oportunidades…
No final, Steve Jobs não era muito diferente dos micro-empreendedores das nossas periferias: dois jovens sem muito dinheiro, em uma garagem. Estava no Vale do Silício e não em Pirituba, e isso faz diferença, mas não tanta da impedir a aventura de criar algo novo e melhor cada dia.

Silvia Caironi

Notícias

Encontro de Realidades

Microempreendedores da zona oeste e megaempresário do setor de luxo discutem desenvolvimento econômico e social

No próximo dia 07/06, promoveremos um Encontro de Realidades juntando dois extremos: microempreendedores que estão em fase embrionária e com pouca verba e o megaempresário do setor de luxo Carlos Ferreirinha para trocar ideias sobre desenvolvimento e sustentabilidade social e econômica.

Álvaro Soares tem uma loja de materiais de construção na região da Voith, na Zona Oeste de São Paulo. Há dois anos decidiu que o seu empreendimento, que começou bem pequenino, deveria se tornar um “negócio” e nos procurou para transformar isso em realidade. Trabalhou bastante o assunto das contas junto com a esposa para ter um controle mais firme, gerenciou prazos de pagamento de mercadoria com clientes para evitar problemas de fluxo de caixa, desenvolveu parcerias com os concorrentes para conseguir estoque maior, juntou uma poupança para abrir uma segunda loja que já está em andamento.

E é para continuar a girar essa engrenagem tão importante, mas com tão pouca visibilidade, proporcionando mudanças significativas não apenas na vida do microempreendedor, mas também impactando positivamente na economia dessas comunidades, que o Encontro de Realidades se funda: um momento em que microempresários que são nossos sócios colaboradores, como Álvaro, terão a chance de conhecer de perto o mercado de luxo e também debater sobre estratégias e meios de atuação mercadológicas.

Carlos Ferreirinha abrirá as portas da MCF Consultoria, nos Jardins, para proporcionar o momento aos microempresários. Ele é hoje um dos principais nomes quando se fala em Inteligência da Gestão do Luxo e Premium na América Latina e já atuou como Executivo Sênior da EDS e Louis Vuitton – Grupo LVMH – onde foi CEO do Brasil e Diretor Sênior da América Latina. Para ele, será um momento interessante para que os empresários possam trocar experiências valiosas. “Apesar da relevância e visibilidade do meu trabalho na MCF Consultoria, eu não deixo de ser um pequeno empresário. Todos os dias tenho pequenos, médios, grandes e gigantes obstáculos a serem ultrapassados”. E completa, “será uma oportunidade de compartilhar com todos a minha experiência e a metodologia MCF para traduzir os atributos de diferenciação de marcas de Luxo e Premium, como fonte de inspiração e aprendizado”.

Segundo o empresário, alguns dos atributos do mercado de luxo que podem ser agregados ao empreendedorismo são, “excelência, qualidade, obsessão por detalhes, elevar a marca para patamares de desejo, olhar no longo prazo”, destaca. Ferreirinha adianta que a programação será voltada para desenvolver habilidades nos microempreendedores. “O trabalho contará ainda com um exercício prático de vivência em operações de varejo e serviços na região do Jardins”.

Lembra do Álvaro Soares, de quem falamos lá em cima? Pois é, ele também estará presentes nesse encontro e está cheio de expectativas. “Para mim é uma ótima oportunidade, é importante conhecer novas pessoas que já venceram na vida pela experiência que podem passar”, adianta.

Desenvolvimento humano

A história de sucesso de Simone e Milene

A história de sucesso de Simone e Milene

Duas empreendedoras e muita vontade de crescer.

Hoje é dia de conhecer a história da Simone e da Milene, irmãs, donas de um salão de beleza em Perus, no extremo oeste de São Paulo, e também protagonistas do nosso vídeo institucional lançado no início desse mês.

A história delas se cruzou com a nossa quando Milene participou de um curso de beleza na ATST (Associação dos Trabalhadores Sem Terra) e soube das capacitações para microempreendedores oferecidas pela Aventura de Construir. Elas começaram a frequentar as oficinas e logo solicitaram o serviço de assessoria individual, em busca de soluções personalizadas para seu negócio. Nesta época, a situação do empreendimento era muito diferente: ambas trabalhavam em um salão de beleza improvisado no apartamento da mãe, realizando esporadicamente atendimento a domicílio, Simone oferecendo serviços de cabelo, unhas e sobrancelhas, nos quais se especializou durante nove anos de trabalho no mercado da beleza, e Milene oferecendo serviço de depilação. O sonho de expandir o negócio já existia, mas havia muitos empecilhos, como a falta de dinheiro para alugar um espaço, os compromissos de gastos com o casamento da Simone que estava próximo e a insegurança em relação à aderência dos clientes ao novo local.

Um mês e meio após a primeira assessoria, em setembro do ano passado, Simone e Milene encontraram um lugar para alugar, pegaram um empréstimo, fizeram uma pequena reforma, compraram móveis e abriram o novo salão. Espaçoso e agradável, fica bem localizado em um ponto com muito movimento. Então foi a hora de trabalhar para atrair clientes, antigos e novos. Fizemos outras sessões de assessoria sobre divulgação, sugerindo a panfletagem nos arredores, comunicação consistente com os contatos antigos pelo Whatsapp e Facebook, além de utilizar melhor as redes sociais do negócio, mostrando os resultados do trabalho, fazendo promoções e envolvendo mais as pessoas.

Ao mesmo tempo, começamos a trabalhar com a sustentabilidade e organização financeira do empreendimento. Aconselhamos a adição de produtos variados para venda em parceria com outros empreendedores da região, aproveitando, assim, o grande espaço disponível e gerando um complemento de renda bastante significativo para elas. As duas passaram a acompanhar as receitas e despesas em planilhas de forma frequente e criaram um plano de trabalho mensal com as atividades do dia-a-dia, a fim de não se distraírem das responsabilidades administrativas.

Hoje, o empreendimento está com um grande volume de atendimentos e de vendas de produtos, mais consolidado no novo local e fidelizando outros clientes. A vontade de crescer continua levando Simone e Milene a se aperfeiçoarem e a buscarem cada vez melhores soluções para seu negócio e seus clientes.

Silvia Caironi

Quer se inspirar ainda mais? Veja o que elas contam no vídeo completo:

Desenvolvimento humano

A história de sucesso de Maria Zelma

A história de sucesso de Maria Zelma

Semana passada, dando continuidade às histórias do nosso vídeo institucional, compartilhamos com você a trajetória da Jucélia e de seu marido na região do Sol Nascente. Hoje é dia de você conhecer a Maria Zelma, empreendedora e dona de uma loja de tintas, texturas e grafiato no Jardim Canaã, uma das áreas de baixa renda atendidas pela Aventura de Construir (ADC), localizada na periferia de São Paulo.

Maria Zelma tem dois filhos, um deles recém-nascido, e é casada com Adailton. Ela cuida da loja e da parte financeira e ele trabalha em conjunto com ela, oferecendo serviços de pintura e textura aos clientes e, assim, complementando a renda da família. O estabelecimento foi aberto há 5 anos e atende principalmente moradores da região, diferente de Adailton que consegue ocasionalmente clientes em outras partes da cidade também.

Logo que conheceu a Aventura de Construir, Maria Zelma adquiriu dois empréstimos com o Banco do Povo Paulista, utilizando-os como capital de giro e para fazer uma reforma na loja. Por ficar em um local de alta movimentação, se via importante investir no espaço, como um novo teto, novas texturas na parede e um toldo mais atrativo na fachada, a fim de atrair mais clientes.

Depois, Maria começou a participar das capacitações da ADC e solicitou o serviço de assessoria com os nossos consultores. Os aspectos trabalhados eram mais básicos, como divulgação, relacionamento com o cliente, organização financeira e criação de redes. Uma difícil conclusão a que chegamos com esses trabalhos foi que o estabelecimento não dava lucro diretamente através das vendas, mas sim indiretamente ao atrair clientes para o seu marido. Entretanto, isso era suficiente para pagar os custos e atender às necessidades da família e, mesmo não alcançando o volume de vendas esperado, o casal preferiu não fechar.

Com o acompanhamento consistente nas assessorias e realizando as tarefas de casa, nos meses seguintes Maria Zelma começou a adotar mudanças que foram de grande ajuda para o aumento das vendas. A empreendedora firmou parceria com duas empresas da região especializadas em aplicação de gesso e reformas para trocarem contatos e recomendações, de forma a complementar os serviços um do outro. Essa parceria foi feita também com empreendedores do seu entorno, criando uma grande rede de referências. Para melhorar a divulgação do serviço, anunciou na revista do bairro e mandou entregar cinco mil panfletos novos em locais mais distantes no Morro Doce. E, além disso, a reforma começou a dar seus frutos também.

Por meio de todas essas ações combinadas, a família percebeu um aumento no seu poder aquisitivo e na qualidade de vida, tanto no trabalho quanto em casa, podendo realizar passeios e pequenos prazeres cotidianos com os filhos, o que não era possível antes. E os sonhos continuam crescendo, junto com a sustentabilidade financeira: o próximo objetivo é aprender a planejar melhor os gastos futuros para realizar uma viagem em família.

É com esse empoderamento que os empreendedores atendidos começam a impactar suas próprias comunidades, através da contratação de funcionários, do exemplo de sucesso, das melhorias econômicas e sociais. Quer entender mais como isso funciona? Assista ao nosso vídeo institucional e inspire-se!

Silvia Caironi

Desenvolvimento humano

A história de sucesso de Jucélia

A história de sucesso de Jucélia

Na semana passada, tivemos o lançamento do vídeo institucional da Associação Aventura de Construir (ADC), onde vocês puderam conhecer um pouquinho da história de três microempreendedoras atendidas pela Associação. Hoje temos muito orgulho de compartilhar um pouco mais da trajetória de sucesso de uma delas, a Jucelia Rodrigues, que possui um restaurante no bairro Sol Nascente, na periferia da zona oeste da cidade de São Paulo. Sua história representa com fidelidade as características do nosso público alvo e o resultado concreto das intervenções que a ADC propõe para responder à realidade de suas demandas: microcrédito produtivo orientado, capacitações sobre gestão de empresas e assessorias que garantem o acompanhamento sistemático do empreendedor no tempo.

Jucelia e seu marido Ricardo são pais de dois filhos pequenos e estudaram até o ensino médio. Ela sempre trabalhou como garçonete e cozinheira e ele era segurança noturno quando, em 2012, Jucelia entrou como sócia em um pequeno restaurante que já funcionava no bairro onde mora. Depois de um ano de trabalho, Jucelia percebeu que o restaurante não trazia os resultados esperados. Ao contrário, sempre era preciso investir mais dinheiro de sua reserva pessoal para evitar que as operações parassem devido à falta de fluxo de caixa.

Foi nessa época, em 2013, que Jucelia conheceu a ADC e sua metodologia de trabalho. Primeiramente, Jucelia concretizou a tomada de microcrédito produtivo orientado através da parceria da ADC com o Banco do Povo Paulista a juros baixíssimos. O empréstimo foi usado como capital de giro e, segundo seu relato, isso impediu que o restaurante fechasse. Paralelamente, Jucelia passou a participar dos cursos da ADC, que são realizados até hoje mensalmente no bairro, em horário noturno compatível com o horário de funcionamento da maioria dos negócios locais. Nestes eventos, desenhados com conteúdo prático e linguagem acessível, ela começou a perceber outras possíveis melhorias em seu negócio: no atendimento e na gestão de pessoas, na operação da cozinha, no bom cuidado com o ambiente, entre outros. Lá, ela e seu marido aprenderam uma nova visão de negócios baseada em escutar e atender às necessidades dos clientes. Eles já compareceram em mais de uma dezena de cursos diferentes da ADC.

Além disso, Jucelia passou a receber as assessorias pelos professionais da ADC. Realizadas in loco, as assessorias auxiliaram Jucelia a definir um simples e efetivo plano de ações para as melhorias que o empreendimento necessitava, seja no aperfeiçoamento dos pontos fracos, no reforço dos pontos fortes, no uso consciente do dinheiro, no pagamento das dívidas e, principalmente, no planejamento das mudanças futuras do restaurante. Essas pequenas melhorias, aos poucos, transformaram o restaurante quase falido em um sucesso e uma referência local, até que começaram a oferecer pizza durante a noite, diferenciando sua oferta e respondendo com qualidade a uma demanda não atendida, o que elevou sua receita em 30%.

Inspirando-se com esses bons resultados, em 2016 foi a vez de Ricardo brilhar como empreendedor, abrindo uma academia de ginástica no mesmo bairro. Fazendo um baixo investimento e utilizando de parcerias para a obra, Ricardo conseguiu viabilizar a construção de uma academia completa voltada ao público jovem, predominante no bairro. Sempre com a ajuda da ADC na criação de um plano sólido que abordava todos os aspectos de um negócio sustentável, nos dois primeiros meses de funcionamento a academia alcançou 300 alunos inscritos. O investimento feito por ele retornou dentro de 1 ano (antes do esperado), devido ao faturamento mensal superior ao planejado. Hoje, Ricardo não trabalha mais como guarda noturno; ele e a esposa se dividem nos dois negócios e no cuidado da família.

Jucelia afirma: “Através da ajuda da Aventura de Construir eu entendi que era preciso prestar atenção àquilo que meus clientes procuravam. Além de um bom espaço e de uma boa comida, o atendimento também tem que ser bom… O meu sonho, a minha vida é o restaurante. Adoro o que eu faço e é aqui que vou investir meu futuro, pois eu sei que é aqui que sou feliz. Se você tem um sonho, vá em frente. Se você precisa de ajuda, a ADC pode ajudar e muito, me ajudou e me ajuda até hoje”.

Silvia Caironi

Assista ao vídeo da Aventura de Construir e conheça essa e outras histórias inspiradoras:

Reflexões

Faça parte dessa história

Faça parte dessa história

Após quase 4 anos de atuação, a Associação Aventura de Construir tem o prazer de apresentar o seu vídeo institucional, onde conta a história de três microempreendedores assessorados por nós em três áreas da periferia de São Paulo – Jardim Canaã, Perus e Sol Nascente.

Mais que isso, o progresso observado nesses empreendimentos faz parte da nossa própria história; o desejo que pulsa no coração desses empreendedores faz a Aventura de Construir existir. E são tantos corações vibrando juntos nessa caminhada desde 2012, que não cabia mais nas palavras. Precisamos mostrar, dar cores, rostos e vozes a essa história compartilhada e realizada por tantas mãos.

E assim, surgiu esse vídeo. Tão colaborativo quanto a história que ele conta. Com o incrível trabalho voluntário de Bruno Tiezzi na direção e edição do material, do músico Marcelo Cesena na criação da trilha, de Carol Marcoccia e Fernanda Lanza na assessoria de comunicação.

Contamos também com a abertura e disponibilidade das empreendedoras Juselia Souza, Maria Zelma, Simone e Milene da Silva. E deixamos o vídeo ainda mais especial com os depoimentos de parceiros e amigos, como Aron Zylberman e Carlos Ferreirinha.

Agora, lançamos para o mundo!

Para que todos esses passos já trilhados cheguem até você que nos lê, e, através de você, a tantos outros.

Para que mais pessoas entendam a importância de contribuir a favor de um mundo com mais oportunidades, mais pontes e mais sonhos!

Assista agora, se deixe impactar e faça parte dessa história você também!

Silvia Caironi

Reflexões

Pascoa não é uma semana como as outras, sobretudo…

Pascoa não é uma semana como as outras, sobretudo se você tem uma loja

Uma semana que vale dois meses: essa é a Pascoa para os microempreendedores que entrevistamos. Nós ficamos pensando no cardápio do almoço pascoal, em como cozinhar o bacalhau na sexta-feira santa e nos ovos de chocolate para as crianças. Quem trabalha no varejo, especialmente no setor alimentar, está ocupado em comprar as matérias primas, gerenciar o estoque, organizar a produção. E está preocupado nas vendas: qualquer erro ou fracasso nesse período vai impactar muito nos resultados do empreendimento.

Saber-se organizar é crucial

Processos e organizações que funcionam em tempos normais podem entrar em crise quando tem picos de demanda. A experiência ajuda, como nos conta Cristina que tem uma confeitaria: “Quando comecei o negócio, há 15 anos, antes de Páscoa me sentia nervosa. Chegava a desperdiçar muito produto para fazer ovos, cometia deslizes e nem sempre atendia a expectativas. Mas a “prática fez a perfeição” e hoje não me sinto nervosa e não deixo de atender ninguém adequadamente”. Mas é sempre bom parar algumas semanas antes para pensar o que deu certo e o que deu errado nos anos passados, no que mudou e no que precisa. É melhor prevenir do que remediar, especialmente se não tem remédio até o próximo ano!

Oportunidade de confraternização

É Páscoa para nós também, não é? “É um período bom para os negócios e para a família: dá para sonhar mais alto e se entusiasmar. Às vezes dá para comprar algo que não daria para comprar em outras épocas.” Eliane e vários outros empreendedores nos falaram da importância da Pascoa e das outras festas para a motivação pessoal, da família e da equipe. “É a única época em que contratava funcionários e os demais membros da família ajudavam. Assim um período de negócios se tornava um momento familiar, um teste de união” ressalta Cristina. Comemorar festas ou bons resultados ajuda criar um clima positivo e gerar aquela satisfação que é como o óleo no motor: sem esse pode até rodar, mas quanto esforço! É bom lembrar que a satisfação depende das expectativas: as vezes vale mais uma surpresa que um aumento de salário (e a surpresa pode ser mais barata).

E se a Páscoa acontecesse todos os dias?

”Os ovos são sempre o nosso carro chefe”, “Continuo com os preços de antes”. Com tanto em jogo, faz muito sentido não arriscar com coisas novas. Ao mesmo tempo a criatividade pode abrir horizontes novos: se a Páscoa é tão forte para aumentar as vendas, não seria bom criar mais Páscoas no ano? Ou pequenas Páscoas todos os dias? Parece impossível, mas é o que fez Michele Ferrero, fundador da Ferrero e inventor da Nutella e do Rocher, que teve um sucesso espantoso vendendo pequenos ovos de Páscoa (os “ovinhos Kinder”) com surpresas divertidas que as mães não podiam não comprar quando as crianças os viam nos estantes dos supermercados.

Que espaços criativos despertam estas histórias de sucesso entre microempreendedores? Que desejo de superação geram no coração? Que mobilização de recursos para ir atrás destes desejos até converter a Páscoa numa oportunidade de todos os dias???

Pensamos deixar estas perguntas como provocação porque a experiência da Ferrero, assim como aquelas da Cristina e da Eliane em contextos diferentes, leva consigo uma lição que nos ensina a descobrir como crescer, cuidando dos nossos clientes, dos nossos parceiros e de todos os que permitem que o nosso empreendimento se torne grande!

Silvia Caironi

Desenvolvimento humano

8 março: Dia internacional das Mulheres e as pequenas…

8 março: dia internacional das Mulheres e as pequenas revoluções cotidianas

Ao aproximar-se do 8 de março é frequente ouvir histórias de mulheres que se tornaram famosas pelas descobertas revolucionárias no campo da ciência, medicina, arte, tecnologia, negócios. Nós preferimos dar voz às mulheres comuns, “invisíveis” nas mídias, que conhecemos ao longo do nosso trabalho “um a um” com micro empreendedores e empreendedoras de baixa renda: mulheres como tantas que existem nas nossas imensas periferias urbanas. Sem muita noção disso, todos os dias elas realizam pequenas revoluções.

Exemplos de mulheres empreendedoras

Lucicleide é moradora de uma região periférica de São Paulo. Tem uma pequena loja de variedades no andar térreo da própria casa. A vida dela se divide entre o cuidado do negócio e da casa, onde vive com o marido e dois filhos adolescentes. Recentemente, a irmã faleceu e ela teve que passar um tempo fora da Capital. O marido dela ficou desempregado durante um ano e só voltou a trabalhar recentemente, com o salário cortado pela metade. Durante este tempo, ela sustentou a família inteira com a renda do comércio. Para conseguir manter a loja aberta, ela reorganizou a própria vida profissional e familiar: hoje em dia, em casa de Lucicleide as tarefas domésticas são divididas e cada membro tem as próprias obrigações, compartilhando a responsabilidade dentro do lar.

Valdinha tem mais de sessenta anos, é aposentada, mora e trabalha em outro bairro periférico de São Paulo, não longe do bairro de Lucicleide. Possui um pequeno ponto onde nos últimos anos foram desenvolvidos vários tipos de comércio: avicola, oficina de costura, loja de sapatos, chaveiro, venda de enxovais, pano de chão e roupa para “pets”. Com a sua aposentadoria e a renda destes serviços, Valdinha ajudou financeiramente o marido debilitado, os filhos desempregados e os netos a estudarem. Atualmente um dos filhos abriu um pequeno pet shop e banho e tosa em um local ao lado da loja de Valdinha, cuja reforma foi inteiramente custeada por ela.

Francisca é vizinha de Lucicleide e também é comerciante. Abriu a própria mercearia em 2000. Aqui você encontra desde as bebidas até os chinelos e o rodo de chão. Todos os meses Francisca paga as próprias contas, faz pequenos investimentos na lojinha, manda dinheiro para a mãe e para filha, ajuda pessoas carentes com gêneros alimentícios. Francisca passou por vários problemas de saúde e por uma cirurgia. Atualmente está saindo de um relacionamento abusivo e controlador com o próprio marido após quase 20 anos.

Empoderamento

Lucicleide, Valdinha e Francisca, além do gênero e da localidade geográfica, tem um outro aspecto em comum: elas estão se empoderando. De acordo com o 5° Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, a igualdade de gênero transcende a dimensão da cidadania e do direito à vida, envolvendo também as questões econômicas e o protagonismo feminino em todas as suas facetas: independência financeira, reconhecimento do trabalho doméstico não remunerado e promoção da responsabilidade compartilhada da família, direitos iguais e acesso aos recursos econômicos e à propriedade*. A igualdade de gênero não é apenas um direito humano básico, mas a sua concretização tem enormes implicações socioeconômicas. Empoderar as mulheres impulsiona economias a se tornarem mais prósperas, estimulando a produtividade e o crescimento: a cada dólar investido em programas de geração de renda para mulheres, estima-se um retorno de 7 dólares.

Além da igualdade formal

A busca por equivalência social entre homens e mulheres, ou seja, mesmos direitos, deveres, privilégios e oportunidades de desenvolvimento não significa, porém que homens e mulheres devem ser sempre tratados como iguais ou terem o mesmo comportamento. Pelo contrário. Como princípio, a igualdade só pode ser mesmo alcançada se olharmos com atenção e respeito para as características e necessidades de cada um, reconhecendo e respeitando as diferenças.

A mera comparação homem-mulher quanto as capacidades intelectivas, manuais e em geral funcionais, deixaria uma conversa sobre a questão de gênero estéril, pois focaria apenas nos limites de cada um. Neste debate, preferimos ressaltar a riqueza do gênero feminino e colocar uma perspectiva diferente, que passe da dimensão do “fazer” para aquela do “ser”, com as palavras do Papa Francisco. “A mulher é poesia, é beleza. Somente ela traz aquela harmonia que nos ensina a acariciar, a amar com ternura e que deixa o mundo uma coisa bonita. O escopo da mulher é criar a harmonia e sem ela não existe harmonia no mundo”.

Silvia Caironi

*Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015 composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030.

Metodologia

O desfile de Carnaval exemplo de organização

Onde a organização brasileira é a melhor do mundo

Pontualidade, organização meticulosa, qualidade em excesso, coordenação, criatividade. Tirando a criatividade, não é normal mencionar essas virtudes em relação ao Brasil. Curioso porque, a cada ano, por pelo menos duas noites, o Brasil mostra picos de precisão organizacional sem comparação no mundo: são os desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

O desfile: o maior espetáculo do mundo

É, com certeza, o maior espetáculo do mundo. Cada escola mobiliza da três a cinco mil integrantes, e a cada noite desfilam 6 escolas. Qual outro espetáculo envolve assim dezenas de milhares de pessoas, para dois dias seguidos?

Escolas de Samba e de Organização de Empresas

Aos olhos dos turistas se destacam os carros alegóricos, aos olhos dos torcedores os detalhes dos passos da porta-bandeira, e aos ouvidos de todos, a bateria!
Mas, para quem trabalha no gerenciamento de empresas, o que – no final – deixa maravilhado é o nível e a qualidade da organização envolvida.
Todos sabemos o quanto é irritante e bagunçado jantar num restaurante em grupo de mais de 10 pessoas, como, então, é que 12 escolas conseguem organizar milhares em um conjunto harmônico, expressivo e empolgante? Não seria bom ver as nossas empresas trabalharem assim? Como é possível?

Os princípios de gestão empresarial finalmente aplicados!

Analisando um pouco, se vê que uma Escola de Samba se baseia sobre os mesmos princípios que são ensinados nas Escolas de Gestão Empresarial: a verdadeira diferença é que são tomados a sério!
A missão, por exemplo, é clara (“Vencer!”) e mobiliza cada integrante, de verdade. Ajuda também que a própria tarefa individual dê satisfação: desfilar no Sambódromo arrepia, não é?
Os valores são transmitidos de geração em geração: se vence com a criatividade, a alegria, a beleza, a empolgação, a sincronia… Com toda a sensualidade colocada a mostra, tentar vencer com a nudez seria considerado fora de lugar (e, de fato, se pode ver que em um desfile a nudez é inversamente proporcional a criatividade da Escola e aos resultados finais).
Tem alguém explicitamente dedicado a pensar na visão: o carnavalesco é a peça chave para o sucesso de uma escola, e o seu trabalho é – literalmente –definir como a Escola deve aparecer na Sapucaí.

Regras

Missão, valores e visão são a força motriz de uma empresa, e as regras e os padrões de qualidade são os trilhos. No desfile são claros, tem juízes que os aplicam, e nada escapa (é assim na sua empresa também?).

Pontualidade

Tem um cronograma e o desfile deve começar na hora programada e levar entre 65 e 82 minutos. Cada atraso ou cada minuto a mais ou a menos tem consequências. É assim no trabalho também, mas nos iludimos que não e aceitamos a desorganização: quanto custa o atraso de uma reunião? Calcula os salários dos participantes e avalia…

Preparação

Os ensaios das Escolas de Samba começam em setembro, mais ou menos. Para pouco mais de uma hora de show tem dezenas de horas de treinamento: ensinar, explicar, fazer, avaliar… e repetir, e repetir, e repetir. Não podemos achar que a qualidade venha de graça nas nossas organizações, precisa-se de dedicação, cuidado e – as vezes – formação específica.

Criatividade e organização

Uma última nota: achamos que a organização é chata e a fantasia e a criatividade são bacanas, mas o desfile é uma das coisas mais criativas do mundo e – ao mesmo tempo – uma das mais organizadas. É evidente então que organização, processos, preparação, papeis e regras são condições para a criatividade se expressar. Organização sem criatividade é chata sim, mas criatividade sem organização é inconcludente.

Silvia Caironi

Avaliação de impacto

ALTIS, da Universidade Católica de Milão, fala de nós

ALTIS, da Universidade Católica de Milão, fala de nós

Altis – Alta Escola de Negócio da Universidade Católica de Milão – fez uma materia sobre o projeto de micro empreendedorismo nas periferias de São Paulo da Aventura de Construir e sobre o nosso método para a avaliação de impacto: original em italiano,  versão em inglês.

Silvia Caironi

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